25/08/2010

Foto: Lívia Stumpf

Régulo Ferrari (em destaque), da EPTC

Ciclovias

Ciclistas defendem incentivo ao uso de bicicletas na Capital

Campanhas de educação no trânsito sobre o uso do ciclismo como um modal de transporte, a construção de ciclovias e velódromos na Capital e a criação de bicicletários em vários pontos da cidade estão entre as prioridades reivindicadas pelos ciclistas. Eles participaram da reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal, nesta terça-feira (24/8) à noite, em que foi discutida a implantação do Plano Diretor Cicloviário Integrado em Porto Alegre, aprovado pela Cãmara no ano passado. Os ciclistas defendem que o uso da bicicleta seja estimulada como alternativa a outros modais de transporte mais poluentes e que geram mais transtornos ao trânsito da cidade.

Coordenando a reunião, o vereador Beto Moesch (PP) lembrou que os participantes haviam decidido, no último encontro, realizar reuniões periódicas, na Câmara Municipal, para acompanhamento da implementação do Plano Cicloviário na Capital. Beto disse ainda que a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) informou que o Executivo está exigindo o enquadramento, no Plano Cicloviário, de todos os projetos atuais de alargamento ou construção de novas vias na cidade. No entanto, ele cobrou explicações dos representantes do Executivo para o fato do Plano Cicloviário ainda não constar entre as obras previstas para a Copa do Mundo de 2014, da qual Porto Alegre será subsede. "É importante que as ciclovias estejam na lista de prioridades da prefeitura para a Copa", disse o vereador.

De acordo com o representante da Empresa Pública de Transporte e Ciculação (EPTC), arquiteto e urbanista Régulo Franquine Ferrari, além da ciclovia já existente desde 1993 no Bairro ipanema, será priorizada a implantação de novas ciclovias na Restinga (3,2km), na Avenida Ipiranga (6,6km) e na Avenida Sertório (7,8km). Outras também devem ser construídas na Avenida Diário de Notícias (2,1km), na Edvaldo Pereira Paiva, na Rua Voluntários da Pátria (PAC Copa), na Avenida Cruzeiro do Sul (PAC Copa), na Avenida Vicente Monteggia e no prolongamento da Avenida Severo Dullius.

Régulo informou que as obras na Restinga já se iniciaram, devendo ser aberta a licitação para as obras da ciclovia da Ipiranga ainda neste ano e, para a da Sertório, em 2011. Ferrari observou, no entanto, que os comerciantes da Avenida Nilo Wulff, na Restinga, têm mostrado resistências à construção de ciclovias naquele local, temendo transtornos à circulação de pessoas.

Para Paulo Roberto Alves, da Federação Gaúcha de Ciclismo, é importante priorizar campanhas de educação no trânsito. Ele também reivindica a construção de um velódromo na Capital. Márcio Antunes, proprietário da Estilo Bike, sugeriu a implantação de um bicicletário no Centro Histórico e em outros locais, como forma de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte. Já o ciclista João Carneiro cobrou melhor sinalização das vias e espaço para estacionamento das bicicletas. Para ele, é preciso que o Poder Público crie as condições para a intermodalidade entre bicicleta, trens urbanos e õnibus, de modo que esses outros meios de transporte públicos disponibilizem espaços para bicicletas. "As campanhas de educação no trânsito devem enfatizar o respeito aos ciclistas e o compartilhamento das vias entre veículos dos diferentes modais", disse Carneiro. "É impossível pensar uma cidade baseada apenas no transporte com carros particulares."

O representante da Secretaria Municipal de Planejamento (SPM) e coordenador do Programa Viva o Centro, Glenio Bohrer, destacou que, com a inclusão de ciclovias nas obras para a Copa 2014, haverá aumento da malha cicloviária no Município. "É mais fácil implantar ciclovias em obras novas do que em vias já estabelecidas", disse Bohrer. "Falar em ciclovias em Porto Alegre, há cerca de dez anos, parecia fora da realidade."

O vereador Beto Moesch (PP) disse que solicitará ao Ministério das Cidades que destine recursos para implantar o modal ciclovia na Capital. Ele também observou que é preciso mudar a atuação da EPTC, que ainda prioriza muito apenas a fiscalização de carros. Beto lembrou que a educação para o trãnsito em relação a diferentes modais e a criação de bicicletários em espaços públicos já estão previstas em lei. "O Executivo conhece o modelo de Bogotá, e o Plano Diretor Cicloviário leva em consideração este e outros modelos. O problema, no entanto, não é de convencimento dos técnicos e sim de como executar este projeto." O vereador prometeu enviar ofício à prefeitura solicitando o cumprimento da lei que determina a destinação de 20% dos recursos arrecadados com as multas para campanhas de educação no trãnsito.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

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