19/05/2011

Foto: Elson Sempé Pedroso

Rosina lembrou que Alice existe há 12 anos

Plenário

Alice pede apoio para conquistar sede própria

A coordenadora-geral da Agência Livre para a Informação, Cidadania e Educação (Alice), a jornalista Rosina Duarte, pediu, na sessão desta quinta-feira (19/5) da Câmara Municipal de Porto Alegre, o apoio dos vereadores para que a entidade consiga uma sede própria. “A Alice também é uma sem-teto”, disse, informando que a solicitação de uma casa foi feita à prefeitura. Conhecida pela luta em defesa do direito à informação de todos, expressada em projetos como o jornal Boca de Rua – feito por moradores de rua -, a ONG existe há 12 anos, mas funciona em uma sala emprestada pelo Gapa do Bairro Cidade Baixa.

O primeiro projeto da Alice – o jornal Boca de Rua -, garantiu Rosina, é totalmente criado pelos sem-teto de Porto Alegre e conta com um suplemento infantil – o Boquinha. Segundo a coordenadora, todas as pautas, textos e fotos são decididas e realizadas por eles. Os exemplares são vendidos em esquinas, servindo também de fonte de renda. Rosina frisou a importância do veículo como canal de expressão para um público geralmente esquecido pela grande imprensa. “O que está na mídia é a exceção”, disse. “Nosso principal objetivo é promover projetos autogestionadores, com participação direta dos integrantes dos projetos”, afirmou. De acordo com ela, o jornal foi premiado e rendeu três minidocumentários, um livro (Histórias de Mim) e duas exposições de fotos.

A Alice tem outros diversos projetos, inclusive no Interior. Em Bagé, por exemplo, a ONG desenvolve o projeto Almanaque, de resgate da cultura campeira feminina, coletando causos, receitas e vocabulário típico, que viraram livro e jornal bimestral. Também há o projeto Mariposa, que reúne histórias de ficção e reais escritas por profissionais do sexo de Porto Alegre, a ser transformado em livro. Outra iniciativa destaca as cartas escritas por presidiárias e albergadas. A Alice ainda promove debates com jornalistas e elabora estratégias de comunicação para outras ONGs.

A Casa Alice, conforme Rosina, será um local aberto à comunidade, com uma programação definida por todos os participantes dos projetos. Deverá contar com sala de projeções e debates, oficinas (de vídeo, por exemplo), biblioteca e centro de informática. “Será, principalmente, um espaço de convivência, para que todos possam sentar juntos, sem rótulos”, enfatizou.

A palestra de Rosina ocupou o período de Comunicações Temáticas da sessão, que também contou com a participação de Maria Margareth Rossau e Cristina Pozzobon, integrantes da Alice. Elas convidaram o público a visitar, na Biblioteca da Pucrs, a exposição Anistia e Democracia, que resgata a questão dos direitos humanos na ditadura militar. A mostra é promovida pela ONG. Maria Margareth informou que uma filial da Alice está sendo criada em Santa Catarina, em parceria com a Ufsc e a Udesc. O primeiro projeto envolverá as mulheres rendeiras.

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)

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