17/08/2015

Foto: Leonardo Contursi

Funcionários da fundação buscaram apoio da Câmara

Plenário

Servidores da Fundação Zoobotânica se manifestam contra fim do órgão

A ameaça de extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul por meio de projeto de lei que será votado nos próximos dias pela Assembleia Legislativa mobilizou os funcionários do órgão na tarde desta segunda-feira (17/8). Representante da associação dos funcionários da fundação que em Porto Alegre é responsável pelo Jardim Botânico e Museu de Ciências Naturais, a bióloga Janine Araújo ocupou o espaço da Tribuna Popular da Câmara Municipal para defender o órgão responsável pela pesquisa com a fauna e flora gaúcha.

Janine desfez os boatos de que os gastos com a fundação estariam aumentando. Em 2012, por exemplo, um pesquisador com graduação, mestrado e doutorado recebia vencimentos de menos de R$ 3 mil por mês. Em 2014, um concurso público foi realizado, mas a falta de pessoal se manteve, sendo apenas atenuada. "Além disso, a fundação capta recursos para o estado, é capaz de trabalhar por si própria, sem depender do governo", detalhou.

A bióloga contou que a fundação desenvolve atividades como a produção de soro antiofídico, educação ambiental e é a única no estado capaz de desenvolver laudos paleontológicos. As despesas com o setor são 0,04% do orçamento do Executivo. "Não vai ajudar a saldar a dívida. Existem alternativas para aumentar a arrecadação da fundação. Isso vai trazer mais prejuízos na área ambiental do que benefícios econômicos", resumiu.

O vereador Cássio Trogildo (PTB) avaliou que a extinção da fundação de 43 anos vai proporcionar uma economia reduzida aos cofres públicos. Trogildo imagina que haverá um impacto negativo em relação à preservação da biodiversidade do Rio Grande do Sul. "Como fica a pesquisa? Não dá para vender. Não quero ver nosso zoológico, daquelas inesquecíveis visitas da nossa infância, vendido", argumentou.  

Para Engenheiro Comassetto (PT), a discussão é mais ampla e incita um debate em torno do modelo de sociedade que determinados governos constroem. Ele ressaltou o fato de a fundação em questão realizar o inventário da fauna e da flora do estado. Para ele, a proposta do fim da Fundação Zoobotânica é o princípio de um projeto maior do governo Sartori (PMDB). "Este projeto é bode na sala. O governador acredita que esta fundação é fraca, mais fácil de privatizar. Porém, no fundo, ele quer mesmo é privatizar o Banrisul, o Daer", projetou.

Texto: Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)


  Câmara Municipal de Porto Alegre.                                                                   desenvolvimento: Assessoria de Informática-CMPA e PROCEMPA