22/04/2008

Foto: Ramon Nunes

Conselheiros expuseram problemas das escolas de suas microrregiões

Cece

Conselheiros tutelares reclamam da falta de vagas em escolas

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu, na manhã desta terça-feira (22/4), para discutir problemas das escolas de ensino fundamental nas microrregiões de 1 a 10 dos Conselhos Tutelares da Capital.

Conselheira da microrregião 10 e coordenadora da Comissão de Educação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, Salete Alminhana enumerou as dificuldades enfrentadas pelos Conselhos. "Além das crianças que não obtiveram vagas e, portanto, não estão matriculadas, outras foram matriculadas fora de zoneamento, e não estão freqüentando a escola por conta da distância das residências”.

Segundo Salete, ainda há o problema da falta de professores e a questão da superlotação, recorrente em muitas escolas. “A educação infantil é uma batalha antiga dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre”, observou.
 
A presidente da Cece, vereadora Sofia Cavedon (PT), elogiou a atuação dos conselheiros quanto à educação. "É importante, além de atender a casos pontuais, questionar a política pública em geral. Fico feliz com a combatividade desse novo grupo, porque assim conseguiremos avançar para melhorar a educação no município”.

Visitas

Nos próximos dias, a Cece realizará visitas nas escolas de cada microrregião. Na próxima terça-feira (28/4), a Comissão irá à microrregião 1 (Ilhas, Humaitá e Navegantes), onde visitará as escolas estaduais de ensino fundamental Danilo Zaffari, Carlos Barbosa e José Garibaldi.

Sobre as audiências públicas que estão agendadas pelo Ministério Público em algumas microrregiões, Sofia analisou: "Serão dois movimentos: enquanto o Ministério Público está fazendo audiências públicas, a Comissão visitará as escolas". 
 
Um pedido de informação sobre educação infantil será encaminhado ao governo municipal, questionando o número de alunos e a ordem na lista de espera de creches e escolas infantis, para avaliar os critérios de ingresso que têm sido aplicados.
 
Como sugestão do vereador Mauro Zacher (PDT), presente no debate, uma reunião com a presença do MP, das secretarias e dos conselhos Estadual e Municipal da Educação será marcada após as visitas da Cece. "Considerando as realidades de cada região, e os problemas de zoneamento, superlotação, núcleo familiar e falta de escolas, daremos continuidade a essa importante discussão", concluiu.
 
EJA e NEEJA
 
Também na manhã de hoje, a Cece  debateu sobre a prova usada como critério para ingresso de alunos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA).
 
Conforme Sofia, alunos e professores alegam a dificuldade de deslocamento e, ao fazer a prova, com a possibilidade de retroceder no nível em que já estão, se sentem desestimulados. "Não adianta criar novas barreiras para o adulto que volta a estudar", disse.
 
O diretor do Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire, Jorge Luiz Marques da Silva, defendeu que um questionamento deveria ser aplicado, e não uma prova formal. "Com uma espécie de sondagem, saberíamos para onde direcionar o aluno para que ele possa aproveitar seus estudos".
 
Uma reunião de trabalho com o Conselho Estadual de Educação (CEED) será marcada para breve. Durante o encontro, foi lembrado que alguns NEEJAs do interior do Estado já encaminharam ao CEED sua posição contrária aos testes de classificação.

Taidje Gut (reg. prof. 13614)

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