13/06/2008

Foto: Ramon Nunes

Mariz e Barros está depredada

Comissão

Cece constata insegurança e precariedade em escola

Falta de segurança e precariedade das estruturas são os principais problemas enfrentados pela Escola Estadual Mariz e Barros, onde estudam cerca de 1.700 alunos dos ensinos Fundamental e Médio. A instituição, localizada na Microrregião 10 (Eixo Baltazar/Nordeste), recebeu visita da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre na manhã desta sexta-feira (13/6).

A supervisora escolar Joselina Macagnan explicou que, em 2007, foi realizada reunião com autoridades para coibir a violência. “Dois alunos foram assassinados. Não há segurança na escola e nada está sendo feito, as medidas não foram tomadas, tudo ficou no papel”, disse, lembrando que, desde o início do ano, a Mariz e Barros foi arrombada seis vezes. De acordo com a supervisora, há invasões no pátio, crianças já foram armadas para a aula e assaltos e brigas são freqüentes. “Os problemas de fora desembocam aqui”, analisou.

Além disso, segundo as professoras da Mariz e Barros, as turmas são superlotadas, faltam funcionários e material. A estrutura da instituição, como verificado pela Cece, é precária. Apesar de ter laboratórios de informática e ciências em funcionamento, a biblioteca está desativada porque a sala é usada para as aulas da segunda série. Os banheiros e o pátio da escola também estão em más condições.

Opiniões

“Estamos desacreditados. Como um aluno vai se motivar a estudar assim?”, lamentou Jaqueline Pizzolotto, do Conselho de Pais e Mestres da Mariz e Barros. Algumas mães, com medo da violência, se revezam durante os intervalos para cuidar dos alunos menores.

Para a vereadora Sofia Cavedon (PT), presidente da Cece, o descaso do Estado com a escola estimula a indisciplina e a violência. "É inaceitável uma política pública ofertada para a população estar nessas condições precárias. É necessário um investimento pesado", considerou.

Vanda Roza, conselheira tutelar da Micro 10, informou que muitas crianças da região estão fora das escolas ou estudam em lugares distantes de casa. “Faltam vagas na Micro 10. Os alunos que estudam longe muitas vezes não têm como pagar condução”, afirmou.

Nos próximos dias, a Comissão entregará um relatório de todas as visitas para a Secretaria Estadual de Educação. As idas às escolas começaram após denúncias feitas pelos conselheiros tutelares de que cerca de 600 crianças não estariam matriculadas na Capital. A Cece já esteve nas Microrregiões 1 (Ilhas, Humaitá e Navegantes), 4 (Grande Partenon), 8 (Centro) e 9 (Lomba do Pinheiro e Agronomia).

Taidje Gut (reg. prof. 13614)

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